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O ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso declarou, nesta terça-feira (18), que as manifestações vistas nas ruas nas principais capitais do País não têm caráter político nem podem ser apropriadas por partidos. 

Para o tucano, os protestos mostram a insatisfação do povo, que começa a sentir os danos causados pela volta da inflação.

Segundo FHC, “o dinheiro já não chega tão bem quanto chegava até há pouco tempo” e a população percebe as falhas na infraestrutura do País.

— Não se assegura a crença na democracia nem se consegue avanços concretos para o povo se não houver uma direção econômica bem estabelecida. E o termômetro disso é a inflação. Quando a inflação começa a inquietar, o povo se inquieta.

As declarações foram dadas durante a inauguração de uma exposição montada na Câmara dos Deputados, em Brasília, em comemoração aos 25 anos do PSDB e aos 19 anos do Plano Real.

Nesta terça, um dia depois da mobilização nacional que tomou as ruas das principais capitais do País, FHC também completa 82 anos de idade.

Para o ex-presidente, este é o momento de ouvir o que o povo tem a dizer, por mais que seja uma participação “ainda um pouco que não se sabe para que lado vai”.

Segundo Fernando Henrique, é preciso entender o que a população quer.

— Eu não sei o que fazer, como fazer. Ninguém sabe. É um País que cresceu muito depressa, tem muitas aspirações, tem muitas insatisfações. […] E nós todos devemos ter reflexões.

“O Brasil da propaganda oficial não existe”

O presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), também comentou as manifestações ocorridas na útima segunda-feira (17) em pelo menos 11 capitais do País. 

Para ele, os protestos mostram que a imagem do Brasil que é vendida pelo governo não existe.

— O Brasil róseo festejado na propaganda oficial, o Brasil sem miséria, de educação de qualidade, com as empresas públicas batendo recordes de produção, esse Brasil que nós dizíamos irreal, ficou claro que ele não existe.

O senador também atribuiu a insatisfação do povo ao momento econômico do País. Segundo ele, é preciso dar atenção ao recado da que vem das ruas.

— O que fica disso tudo é uma clareza maior em relação às dificuldades que o Brasil vive no custo de vida, com o retorno da inflação, na educação de baixíssima qualidade, no transporte público que não avançou nada ao longo do tempo.

Carolina Martins, do R7, em Brasília